Terça-feira 24
Uma ida à praia do Furadouro a cerca de 5 minutos a pé do campismo. Uma areia branca. Uma água fresca. Ao longe, a bandeira vermelha. Brincámos com as ondas. Uma cerveja e tiras de milho.
Entre Furadouro e Ovar uma avenida arvorada com pistas para ciclistas.
Reconhecimento do local. Avanca, a escola Egas Moniz está aberta num ambiente de preparativos. O auditório perto da igreja, a casa museu Egas Moniz (sim...também!)
Perto de Avanca, a vila de Válega ostenta uma capela inconfundível. Capela Nossa Senhora da Conceição, é o que (salvo erro) está inscrito na tabuleta. é grande para uma capela!
Uma fachada coberta de azulejos (1960), misturando a vida dos santos e a vida dos homens do século XX. Uma visão inédita. No interior, um vitral do altar mor do lado esquerdo representa o benemérito, aquele cujo nome esqueci e que financiou o projecto.
Atrás da igreja uma praceta, onde um grupinho de homens encostaram as bicicletas e conversam silenciosamente, e vários cafés (contei quatro). Entre eles: o «Sobe e desce».
Entrámos para descobrir um espaço parado na poeira do tempo. Os mais curiosos objectos estão dispostos nas prateleiras. Um Zé povinho e três budas de castigo mesmo por cima de uma fila de botijas de gás.
Uma espécie de salpicão ostenta a dureza imóvel de um tempo indefinido a meio do tecto, quase por cima da máquina de café.
O Patrão, o Senhor Januário, é o «sobe e desce» por ter uma perna mais curta que a outra. O sobrinho chegou a falar em versos e pelos cotovelos. Uma história de vida contada com datas exactas, pontuada de números. Uma vida trágica cheia de humor e de palavras a tropeçar na vida.
Por vezes, pregamos a vida às paredes. Confesso que desta vez fiquei mesmo perplexa com este homem que se chama Januário, mas que se parece com a imagem que nos é dada de um Jesus. Só depois de uma simples explicação é que fiquei um pouco esclarecida. Daqui quase poderíamos ver o salpicão pendurado no tecto...