Apanhei a raiz do caminho nas pedras secas e juntei-a às imagens surdas recolhidas na pasta 006732
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Aristóteles, Política
EXCERTOS
«Devemos começar esta pesquisa pelo início natural: ou todos os cidadãos partilham todas as coisas ou nenhumas, ou partilham algumas coisas e outras não. É claramente impossível que nada compartilhem, já que a cidade é uma forma de comunidade, e os cidadãos partilham o território; cada cidade tem o seu território e os cidadãos são participantes de uma mesma cidade.» (41)
«Todavia, é evidente que uma cidade que se torna cada vez mais unitária deixaria de ser cidade. Uma cidade, é por natureza, uma pluralidade, e ao tornar-se ainda mais unitária, passará de cidade a casa, e de casa a homem individual, já que podemos afirmar que a casa é mais unitária do que a cidade, e o indivíduo mais do que a casa.» (42-43)
« Foi Hipodamo, cidadão de Mileto, e filho de Eurifonte, quem inventou o traçado das cidades e delineou as ruas do Pireu. (...) Foi o primeiro, entre os que não eram políticos, a tentar dizer algo sobre o melhor regime.
Começou por projectar uma cidade com dez mil cidadãos, dividida em três classes: uma de artesãos, outra de agricultores, e uma terceira de combatentes armados. Propôs também a divisão do território em três partes: uma sagrada, uma pública, e uma privada. (...)Pensou também que deveriam existir apenas três tipos de leis penais (...)» (68-69)
«No que se refere aos regimes políticos, quem examinar o que eles são e quais os atributos de cada qual, a primeira questão a colocar, relativamente à cidade, terá de ser: “o que é a cidade?”(...)
A cidade é, pois, uma realidade composta (...)Torna-se evidente, portanto, que devemos começar por orientar o nosso estudo para o cidadão, visto que uma cidade é, por assim dizer, um composto de cidadãos. Nesse sentido, cabe-nos considerar, então, quem deveria ser chamado cidadão, e o que é um cidadão.»(97-98)
«Ora, não há melhor critério para definir o que é o cidadão, em sentido estrito, do que entender a cidadania como capacidade de participar na administração da justiça e no governo» (99)
Abre-me Teus braços de securas luxuriosas e afasta as estrelas azuis da tua boca telúrica Quando chegar o tempo dos caminhos de feno recolhido juntaremos as rugas dos dias...
Ao preparar mais uma sessão sobre cidadania e literatura regressei ao Matadero de Madrid e ao projecto Alter Polis ver aqui
Antonio Rodríguez de las Heras
Traigo mi propuesta de ciudad
plegada bajo una metáfora.
La metáfora es,
a la vez,
una ciudad: Moriana.
Bajo los detalles de esta ciudad
está, como digo, mi encargo a los arquitectos.
Pero no desvelo si Moriana,
la metáfora,
es lo que propongo como ciudad
o, al contrario, la crítica en clave
de la ciudad que hay que superar.
Llegada a Moriana.
Vadeado el río,
transpuesto el paso,
el hombre se encuentra de pronto
frente a la ciudad de Moriana.
De la ciudad de Moriana
llama enseguida la atención
su paisaje urbano,
formado por edificios
todos ellos grandes cubos de cristal negro.
La arquitectura moderna nos tiene acostumbrados
a estas grandes cajas revestidas de cristal.
Pero en Moriana todas las casas
a las que alcanza la vista del recién llegado
son cúbicas,
acristaladas,
negras.
Al poco tiempo de caminar por Moriana
el visitante se siente rodeado de espejos negros
que no le reflejan,
que sólo reflejan lo grande.
Necesita atravesar el cuidado césped que rodea los edificios
y casi tocar los cristales
si quiere verse reflejado en el miope mastodonte.
¿Y las calles de Moriana?
Moriana no tiene calles.
Los edificios,
cubos de cristal negro,
están diseminados por el territorio de Moriana.
Moriana no ofrece al caminante
los hilos de memoria de las calles.
El centro de la ciudad
no lo ocupan la plaza mayor de Moriana,
edificios públicos
ni ningún monumento.
En el centro de la ciudad
está instalado el basurero de Moriana.
Para sorpresa del visitante
el basurero de Moriana es el edificio más grande,
es un inmenso espacio
ocupado por interminables hileras de estanterías
repletas de miles de objetos distintos,
con polvo,
pero en buen estado de conservación,
que los habitantes han ido abandonando.
En un extremo de Moriana cambia el paisaje urbano.
Parece un bosque,
gigantesco,
de troncos de cemento:
le llaman el bosque de los estilitas.
Habita una población en casas
que son esbeltas columnas de cemento
rematadas por un disco
en donde se halla la vivienda.
El aire de Moriana es límpido.
Una poderosa obra de ingeniería
mantiene a Moriana
bajo una intangible cúpula
que asegura una atmósfera transparente
vertiendo fuera todas las impurezas del aire.
Sólo desplazándose a los confines de la ciudad
el horizonte se enturbia y espesa por los vertidos.
Aunque no impide descubrir entonces
borrosamente
a los numerosos pobladores que viven fuera de Moriana.
He tomado de “Las ciudades invisibles” de Ítalo Calvino
el nombre de Moriana.
La Moriana de Calvino es una ciudad tan plana
como una hoja de papel.
Una ciudad que tiene un anverso y un reverso:
Las ciudades como ésta tienen un reverso: basta recorrer un semicírculo y será visible la faz oculta de Moriana […]
Parecería que la ciudad continuara de un lado a otro en una perspectiva que multiplicase su repertorio de imágenes: en realidad no tiene espesor, consiste sólo en un anverso y un reverso, como una hoja de papel, con una figura de un lado y otra del otro que no pueden despegarse ni mirarse.
En el anverso he trazado
en clave de metáfora
mi propuesta de ciudad.
Ahora queda el reverso
para que los equipos de arquitectos
la interpreten.
(fonte: Master of Photography)
« La maison nous fournira à la fois des images dispersés et un corps d’images. Dans l’un et dans l’autre cas, nous prouverons que l’imagination augmente les valeurs de la réalité. Une sorte d’attraction d’images concentre les images autour de la maison.» Bachelard, la poétique de l’espace
Bill Brandt
The Home (El Hogar)
BBVA, sala de exposiciones de Azca
Madrid PHE08
Bill Brant, fotógrafo britânico, (Hamburgo 1904- Londres 1983). «... em 1929 chega a Paris, onde trabalha com Man Ray e concebe de vez a fotografia como uma actividade específica, ligada às ideias plástica da época. Em 1931, encontra-se em Londres e começa a sua série de fotografias sobre os ingleses, sobre os tipos sociais, sobre os estilos de vida e a separação das classes. Em 1936, ‘The english at home’ assemelha-se a uma nomenclatura dos níveis sociais e das clivagens irreversíveis que chocam Brandt. (...)»
Espaço da intimidade alheia no seu grau de verdade. Essa verdade que é necessária, ao quotidiano do homem, o seu dia-a-dia. Cada dia como uma encenação repetida do quotidiano que nos representamos, onde há os objectos que o acompanham: uma banheira, uma lâmina, um espelho, um fogão, um bico de gás, uma panela...
Recebi hoje notícas de longe semelhantes a um ramo de flores. Zulma Recchini publicou dois livros de fotografia onde incluiu um pequeno poema que lhe tinha dado em Abril 2007, livro de fotos que foi destacado na Feria de Libros de Fotos de Autor en Buenos Aires Aqui vai o poema
são paredes
mais paredes
entre nós e os Outros
paredes pintadas
paredes rebocadas
paredes renovadas
paredes destroçadas
também
há paredes de pedra
paredes de vidro
há paredes de beijos
paredes de medos
tudo paredes dos quartos cheios
tudo paredes minguadas da escuma dos dias
paredes também
também
paredes
temos paredes preferidas
para alguns são muros
revestidos de memórias
muros vazios
muros cheios
são paredes
e são muros também
também são muros
há paredes que delimitam o espaço
há paredes que preenchem o espaço
todo
há dunas feitas paredes
há paredes de areia
onde gisandra não cresce
há grãos na parede
e palavras
há peles arranhadas
nas paredes
sim há paredes de peles
também
de peles nas paredes
e nos muros
também
Palabras
Se nun houbira palabras
a quei s'agarrarien las cousas
cumo s'anchirie l tiempo?
Fracisco Niebro, Pul alrobés de ls calhos
(...)
Deixa-te quedar,
yá tenes de sobra mundos i caminos:
muito calor creciu nas adiladas
sacamos nós la carga angrimos carreirones
mas tu queda até que l
puial se buolba calho.
Fracisco Niebro, Pul alrobés de ls calhos