Jardinagem
descobrimos a madressilva desejando que o seu sabor a mel inunde a rede
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Ao saíres pelo portão, procura a fita amarela. Logo que a vires coloca-te à altura da fita no caminho principal olhando para sul.
A partir da fita conta mais ou menos 30 passos e continua no caminho.
No caminho principal, a dada altura verás uma espécie de cruzamento.
Procura a flor e vira à direita.
Apanha 3 flores azuis.
Volta para trás, para o caminho principal e continua.
No cruzamento seguinte, terás de colher uma folha mágica. MAS CUIDADO!!!!!!
Segue atentamente todas as seguintes indicações.
Não te precipites!!!
1º Procura com os olhos a Pinha mágica que te indicará Qual a árvore mágica da qual terás de colher uma folha.
ESPERA!!!
2º Terás de dizer o nome da árvore sem te enganares antes de colher a folha, pois só assim é que a folha guardará todas as suas propriedades mágicas. Tens direito a duas tentativas. Não me lembro que árvore é, mas entre estas 3, escolhe a BOA!
SOBREIRO
PINHEIRO
EUCALIPTO
Esta folha proteger-te-á do dragão MAS TODO O CUIDADO É POUCO!!!!
Depois de teres a tua folha mágica, segue sempre em frente. Cuidado terás de ser muito silencioso/a na descida para não incomodar os gnomos azuis e pretos, pois são rabugentos e extremamente violentos. Se colheres umas flores amarelas silenciosamente na descida terás mais hipóteses de chegares ao fim sem ser apanhado/a pelos gnomos.
No cruzamento do Diabo, procura a caveira em forma de cabeça de boi. Com a tua folha mágica na mão pronuncia as palavras mágicas e encontrarás as instruções seguintes.
Palavras mágicas: “ a vós bichos e bicharrões
Digo estes palavrões
Cabeça de boi
Boi de carga
Carga de trabalhos
Trabalhos de boi
Boi de cabeça
Cabeça de boi”
Segue em frente e para baixo, procurando a fita amarela à tua direita, esta indicar-te-á o caminho a seguir.
Logo que avistares a fita amarela terás de dizer bem alto “HEY!” para abrir caminho.
CUIDADO COM AS SILVAS!
Durante esta parte do caminho, terás de assobiar levemente para adormecer as silvas.
Na Cova do Boi, logo que vires a tabuleta, terás de parar e bater palmas 3 vezes para agradecer as silvas de não se terem acordado e te terem deixado passar.
Continua no caminho.
Logo a seguir à grande subida, procura o Osso Maduro.
Pega num pequeno pau e bate nele devagar 3 vezes. CUIDADO!!!
Terás de bater mesmo devagar, porque se o osso cair não poderás continuar a busca ao tesouro e terás de abandonar a aventura.
Contudo, poderás continuar se encontrares as instruções – o que será muito difícil e poderá durar anos! – ou se encontrares fita amarela e conseguires amarrar novamente o osso.
Depois, segue o caminho pela direita e para cima.
No pequeno cruzamento, terás indicações para virar à direita para colheres 3 flores azuis. A seguir volta para trás para o caminho principal e segue em frente.
Terás de cantarolar devagar o “brilha brilha” para adormecer e apaziguar a fada malvada, cuja casa fica à tua esquerda. NÂO OLHES!!!!!!
Segue cantarolando devagar e olhando sempre em frente.
Um pouco mais longe, procura à tua esquerda a Pequena Pinha do Feitiço Bom e toca nela levemente, pois ela proteger-te-á.
Ao tocar na Pinha do Feitiço Bom abres a porta da Clareira do Tesouro.
Verás à tua esquerda um pequeno caminho e avistarás fitas amarelas.
Uma vez à altura das duas fitas amarelas conta 10 passos em frente e 8 passos para a direita aí encontrarás o Tesouro com as instruções seguintes.
Logo que tiveres o Tesouro, volta para trás o mais silenciosa e rapidamente possível, pois as portas da Fada Malvada fechar-se-ão se fizeres muito barulho e se demorares muito tempo na clareira.
Ao sair da Clareira, segue o caminho à esquerda e para cima MAS!!!!!
CUIDADO!!!!!!!!!
NÃO DEVES NUNCA OLHAR PARA TRÁS!!!!
Pois se te atreveres a olhar para trás o Tesouro desaparecerá para sempre!
Quando vires a Torre Branca da Fada Electricidade saberás que estás no bom caminho.
Segue sempre em frente.
No cruzamento seguinte, encontrarás o Altar da Fada do Ambiente. Esta foi enfeitiçada pelo Magueuro. Ficou para um tempo indeterminado com cabeça de veado.
Terás de te ajoelhar e rezar por ela.
REZA
“Fada Nossa que estas aí
Protege-nos, ama-nos e salva-nos
Não nos deixes cair na tentação
De seguir o Magueuro e fazer poluição
Venha a nós o teu reino
Sobre tudo aqui na Terra.
Amén”
Apanha então um pouco de poeira com os dedos e lança-a ao ar.
Segue caminho pela direita. Não apanhes mais flores, vai alegre e feliz. Quando chegares à Torre da Fada da Electricidade vira à direita.
Apressa-te para lanchar!
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Non orare precariam opem, sed pro debita petere.
(“ Não implorar uma ajuda como favor, mas reclamá-la como uma dívida” Tito Lívio, Ad urbe condita libri, 3,47,2.)
Como sempre, volto às palavras tentando tecer laços, estabelecer ligações entre vocábulos, origens, passados e presentes. Fiquei surpreendida com o primeiro significado da palavra precarius. Em latim, este vocábulo estava relacionado com aquilo que se obtém através da oração, ou da súplica, só depois é que adquiriu um significado mais próximo daquele que conhecemos, ligado ao direito e, a seguir, o significado que lhe damos hoje. A precariedade não é um fenómeno novo, contudo desde a origem latina da palavra as coisas mudaram, mesmo assim, ainda parece haver algo de divino na palavra, algo ligado a um destino fatídico, à algo que não controlamos. É precisamente este aspecto que une os trabalhadores precários, não poder ser dono do seu futuro em termos económicos.
Encontramo-nos novamente naquele pacote, ou navio, esperando a competência do homem do leme, mas, desta vez, enquanto há grupos profissionais que se podem juntar para reivindicar o que lhes parece correcto, contestar o que acham injusto, etc. e serem ouvidos, isto é, manifestarem-se e todos saberem que existem, há um elevado número de indivíduos dispersos e isolados, como se estivessem em compartimentos estanques, de que temos algum conhecimento, de que sabemos que existem, sem contudo ter uma verdadeira percepção dos seus problemas devido ao isolamento profundo, onde foram colocados e onde eles próprios se afogam. Trata-se portanto de indivíduos que, devido a uma situação laboral muito específica, estão completamente isolados. Estudos acerca dos comportamentos dos precários, no que concerne: aspectos relacionais, participação em associações, doenças do tipo: mal-estar, insónia, depressão e nervosismo, sentimentos de restrição, indicam que a instabilidade do emprego tem consequências na instabilidade social e emocional. Um dos aspectos mais assustadores é o desaparecimento progressivo da participação cívica destes trabalhadores.
Se, a dado momento, ser assalariado era visto como uma nova forma de escravatura, podemos verificar que desde o inicio do século XX até agora, esta visão mudou radicalmente, devido às orientações políticas e económicas dos nossos países, e o assalariado pede agora segurança devido aos contratos e leis que tendem a precarizar seu emprego através de medidas que desejam proteger as empresas submetidas às rápidas mudanças e às leis do mercado. De súbito, parece que as coisas mudam mais rapidamente que a forma como o homem se adapta, ou está preparado, no sentido de formado, para se adaptar às mudanças. No entanto, temos que ter em mente que nesta situação, apenas o Homem enquanto ser que desempenha uma função na Sociedade importa e que os imperativos económicos por mais importantes que sejam, para melhorar as nossas vidas, não devem sobrepor-se ao tempo do Homem. Esta questão está na ordem dos discursos e preocupações actuais e pede necessariamente uma solução viável para ambas as partes, mesmo assim, não devemos, nem podemos esquecer aqueles que não são assalariados e que de certa forma constituem satélites das mesmas empresas ao fornecer um trabalho pontual, ou independente, junto das mesmas sem compromissos, sem protecção. Esta situação pode vir a ser o maior problema das gerações futuras, dado que desde já se vislumbra a questão da exigência de versatilidade, adaptabilidade e flexibilidade.
Como sabemos, há várias formas de precariedade no emprego que se revelam pelos tipos de contratos de duração limitada, ínterim, part-time, recurso a trabalhadores independentes, etc. Os resultados mais prejudiciais desta situação acabam definitivamente por limitar, ou aniquilar a participação cívica dos cidadãos. Este é o ponto mais problemático da precariedade. Pois, por um lado, há trabalhadores precários que não fazendo parte de um grupo profissional, de uma empresa etc. não constam nas estatísticas do Instituto de Emprego, porque fazem parte de um grupo à parte, cuja situação tão peculiar acaba por não ser, nem estudada, nem contemplada, nem tomada em consideração. Há portanto um grupo de pessoas fora do modelo, um grupo marginalizado. A grande vantagem para as instituições governamentais, para os políticos etc. é precisamente que este grupo não é coeso, não tem bases nem estruturas para se organizar enquanto grupo reivindicativo, logo é uma situação que convém. Este grupo disperso e desconhecido permanece no limbo. Por outro lado, dado que este grupo de indivíduos não tem, nem tempo nem disposição para ser cidadão participativo e activo, exclui-se ele próprio da vida, enquanto cidadão, e dos movimentos sociais em que sua experiencia poderia ser benéfica. É um círculo vicioso. Quanto mais um trabalhador precário estiver preocupado como o dia de amanhã, isto é, o dia seguinte, dado que não há amanhã a longo prazo possível para o precário, cada vez mais se afasta da sua cidadania.
Todos sabemos que é a ausência de uma política de emprego que favorece a precariedade. Por um lado, tem que haver menos solidariedade patronal e mais solidariedade nacional e, por outro lado, além de proteger o assalariado de estar submetido ao crescimento em vez de ser o contrário, tem que haver uma forma de combater esta precariedade específica ainda mais problemática que parece uma máquina descontrolada em funcionamento frenético, uma verdadeira engrenagem diabólica.