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não há tempo viro me sem saber não sei cresce um mundo sem mágoa não sem impaciências e esta chuva que não vem há vestígios pela manhã de alguma água pregada ao pára-brisas do carro pregada mesmo no céu sem rasto ficam os dias não sei evoco nomes é doce evoco nomes teu nome convoco o não saber sem pressa convoco o beijo preso àquela tarde os grãos de areia à voz na pele com a pena um resto de concha na mão estendida um resto só é tanto o sal que nem sei com a pena sem asa sem falcão sem pássaro está na mão ainda de olhos pregados ao chão contra o muro de céu despovoado em que não encontro uma só nuvem o grão de areia aqui na cova da mão nas dobras das rugas não cansa não raspa não sei também o que faz o que é e a pergunta o que é ficou pregada ao ecrã ou encheu do outro lado afasto os lábios junto do mar afasto enfio as mãos na areia fina fica o grão um grão de areia tão próximo e do outro lado não sei o que é a distância onde me encontro neste grão visível palpável com palavras a prender o espaço que não vem não chega e paro repito de frente para trás é o quê este grão que nem sei repito e soube era mais fácil antes saber este grão conta me de ti conta o que é que eu não sei lembro me da pena gasta suja uma pena mesmo assim mesmo procuro na memória do envelope o que foi o resto como restos de concha um seixo será isso uma planta rugosa da areia mesmo isso penso na pena na planta na concha deslocadas despregadas da beleza inúteis mesmo simples à beira da beira da mesa sem o leito de areia que já nem sei se doce se branco se amarelo sujo talvez e no bolso caiu a areia da pena da planta da concha no bolso misturam-se areias separadas de pena de...do resto também a pena não me lembro mesmo branca castanha branca escura mesmo na margem procuro dizer isso mesmo na margem na beira à beira na ponta da pena não sei pergunta no chão o que é desconheço o que é mas lembro me que soube agora a mão apertada na areia aperta esmaga a areia imprime o chão de areia o que é e ficam aqui os grãos e o grão também aquele de uma página lida por vezes lida também outra vez por acaso pela janela fora o beijo e a pena quente a areia aqui ontem com o bater de asas da pena não sei o que é o outro lado do grão não sei e soube da pena do pedaço de concha da flor deslocada da planta rugosa sem flor mesmo que nem sei que nome tem do outro lado da mão na areia responde também assim é mesmo mão e areia e pena e planta e concha no céu sem nuvens é difícil colocar o corpo da mão o corpo todo no chão não sei deste tempo periférico suspenso ou gravidade terrestre não dissipa não desvanece não pára mas não sei dizer se também não sei mas soube e soube mesmo a mão pesa na areia na pena na concha na planta na secretária de janela aberta bem aberta a janela dura por dentro cruel por dentro por fora doce talvez quase abocadas crueldade e doçura lado a lado a mão na areia fria agora fria do fim do dia do cair do sol simplesmente também se dá o fim do dia são manhãs de imenso inverno por vezes à superfície pergunto o que é mesma coisa o que é este grão de areia pregado e as gotículas sem água antes do chão evaporam antes do chão a mão na areia desmedido o peso intimo o espaço entre a areia e a mão apenas a pena da mão na areia como é como dizer o que a areia põe na mão