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ARESTAS

ARESTAS

Primeiro amor ... (sem ser o de Beckett!)

Rimbaud7_2x1.jpg
 
(...)
Tum capiti inscripsit caelesti haec nomina flamma:

TU VATES ERIS...In nostros se subjicit artus

Tum calor insolitus, ceu, puro splendida vitro,

Solis inardescit radiis vis limpida fontis.

Tunc etiam priscam speciem liquere columbae:

Musarum chorus apparet, modulamina dulci

Ore sonans, blandisque exceptum sustulit ulnis,

Omina ter fundens ter lauro tempora cingens.

(Rimbaud, 1868)

O peso do mundo...O artigo dizia

O artigo dizia com voz alta
entre esquizofrenia
mutação genética
linguagem evoluiu
teorias de translocação
acidente e desastre

no rosto da fotografia sorridente
sim
rídulas aos cantos dos olhos
boca semi aberta
olhar inclinado para baixo mesmo

O artigo dizia

“Afi....mos os......cipais.......sáveis....as altera......climá.... que....po.....a....bar com ... mun....já em....50”

à beira com lápiz na mão no papel fino e bege
no papel fiz contas
fiz contas à beira da folha de
papel jornal
fiz contas
envolvida nos lençóis com
ainda os dois edredons
do inverno
fiz contas
2050 menos...
“já em 2050”

parti a mina do lapiz com o peso

“Afi.. cipais...pelas...máticas... aca... mun...”

puxei uma nova mina puxei
os lençóis puxei li

“ as...visões das mu.... ticas são...q... do....desa...rá por...ta de...”

escrevi à beira do jornal
2050 menos
riscos traços 56
56 anos será isso

a foto é de um homem sorridente com óculos mas já...?

“...visões...anças...tudo... 2050”

56 menos
3.5 riscos e traços
a mina partiu
puxei a mina novamente puxei
a mina menos 3.5
será isso 53.5
será isso
anos ainda por vir

“ as previ......mud.......máticas são... que...do.....desa...cerá... p...ta de...50”

dormi mesmo de sono pesado dormi
mesmo a manhã foi semelhante
sim

lapiz e papel na mão à beira da cama ainda da cama
água é na
água do chuveiro que o aperto foi maior

“Afi...mos os...cipais respon... pelas altera... ticas que...derão aca... com o...do já em...”


Uma noite ao teatro

Quando lemos uma peça de teatro é com uma única voz. Uma única voz para dois textos, por um lado, as falas das personagens, que sussurramos ou murmuramos, e por outro lado, as didascálicas, que constituem um texto em si, e que, por vezes, em algumas peças, fingem diluir-se na memória da representação de uma imagem e ficam num espaço indefinido. Não se lê teatro. O teatro não é um acto de leitura individual e silencioso. O teatro atinge o seu efeito no acto perlocutório, esse que une os actores aos espectadores através de uma mensagem dita oralmente. N’ “A dança da morte”, é íntima a mensagem de Strindberg e incomoda precisamente por isso, pela sua qualidade de ser intimamente reconhecível. Por um caminho traçado com velas, entramos no pátio do Museu do Hospital Termal, seguimos pela mata para penetrar na antiga lavandaria. Seguimos este caminho quase como um percurso iniciático. No edifício, o calor natural, que emana como vindo das entranhas da terra, suaviza o tema que, sabemos, vai ser apresentado dentro de instantes. Subimos a escadaria e aqui estamos quase no palco, a respirar o ar dos actores, a sentir os movimentos de profundo cansaço de Alice e de Edgar. O espaço circular é torre, é arena e abre-se apenas por uma passarela em arco de círculo, como o prolongamento de uma parede retirada de propósito e foi de propósito! É desta forma que o espectador está quase no palco. Aqui o cenário é necessário não para destacar-se, encenar-se no sentido de se mostrar, mas para aproximar, envolver os espectadores. Aqui o espaço e o cenário coadunam-se perfeitamente para alcançar o efeito desejado inerente ao tema tratado por August Strindberg: é uma dança. Uma dança da morte em vida. Não importa muito falar da história ou da trama em si, pois não há, verdadeiramente, uma história porque est uma história repetida ao longo de 25 anos. Tudo acaba como começa, apenas com mais ruinas –Alice e Edgar uma noite , mais uma, juntos a cuspirem ressentimento, amargura e ódio, ambos, profundamente, cansados da relação, mas ambos sem força para quebrar laços, presos um ao outro pelo tempo, e até pelo próprio ódio de que se alimentam mutualmente. Respiram um no outro de forma doentia, sem luz, sem futuro. Nessa noite, a nossa noite de espectadores, chega o primo Kurt, antigo pretendente de Alice. Chega com uma imensa ternura, com imensa carência afectiva, ouve Alice, ouve Edgar, e os seus sentimentos oscilam - quando aprendemos que Edgar está doente e que vai morrer – de que, no fundo, ninguém tem a certeza, porque Edgar mente e diz a verdade quase simultaneamente - estas são as palavras de Alice, que nós espectadores nos apropriamos!- Alice pensa en refazer a sua vida com Kurt, mas a tentativa, vista como um salvação, fracassa, e tudo volta ao princípio – o que no fim é importante referir é o que nos resta desta noite a densidade, a depuração e a intensidade, assim como a concentração que retrata a vida. Apenas fica o tempo em que nos perdemos. São duas experiências, semelhantes a um reconhecimento, para o espectador. Por um lado, o reconhecimento próximo ou longínquo desta vida “entranhamente” ligada, sem luz e sem remédio de Edgar e Alice, e por outro lado, o reconhecimento da hesitação e de todas as oscilações da alma e do entendimento representadas por Kurt. Saímos exaustos de tanta vida como Bernardo Soares saiu do electrico com a sensação de ter vivido várias vidas.

Ontem morreu um limoeiro

Ontem morreu um limoeiro

Dias e dias
dias e dias à espera que não arda a mata ao lado da casa
dias e dias a ver a água minguar no poço
a ver a terra secar
e esta faixa de terra queimada
que não verdeja
não
e os troncos escuros armados contra urgueiras torgas silvas madressilvas e giestas
em flor as torgas amarelas

mas o que predomina como um aviso da terra é o púrpura das pervincas
- não me peçam porquê prefiro pervinca a outra palavra pois é porque “pervenche”-
as pervincas que chupo a caminho da cidade, o alecrim...
púrpura e verde são as cores do meu quintal
há semanas
pois o branco e o rosa são ponctuais aparecem apenas agora apenas
não tenho medo
não estou assustada com a certeza de que tudo é éfémero
tudo permanece um pouco e volta
quase
mas há o cansaço das árvores
ontem morreu um limoeiro
e morreu mesmo?
o limoeiro que dava limões há tanto tempo
em partes do tronco a casca soltou-se
as folhas estão amarelas
amarelas as folhas do meu limoeiro
e é meu o limoeiro?
não
vejo duas ou três folhas verdes?
por preguiça ou defeito
observo
daqui de longe
morreu um dos três limoeiros do meu quintal?
é tão amarela esta borboleta não é a borboleta que deixa aquelas lagartas
que tingem os dedos do meu avô
tingiam os dedos do meu avô
repeti o gesto de despedaçar a lagarta das couves galegas
entre os meus dedos com a lembrança dos dedos do meu avô
verde mesmo
não são estas as borboletas da lagarta
ou mudaram de cor
o que dirá esta inclinação do alecrim enquanto as
laranjas são lampiões minúsculos vagarosos
a cair dois a dois os
lampiões do meu quintal
e de súbito sinto um aperto
aqui um aperto no corpo
mete dó este aperto e olho para mim
meu corpo com desprezo
desejava-me fútil e feliz
preocupada com a roupa que me veste
o filho com tosse
a minha sacanice da vizinha
mas não há roupa que me vista
filhos há que me encantam
e vizinhas talvez desconheço



Fotografias de Valter Vinagre, "Bored in the USA", o olho de Polifemo

L’oeil de Polyphème
“- Polyphème, pourquoi ces cris d’accablement ? …Pourquoi nous réveiller en pleine nuit divine ? …Serait-ce ton troupeau qu’un mortel vient te prendre ? … Est-ce toi que l’on tue par la ruse ou la force ?
De sa plus grosse voix, Polyphème criait du fond de la caverne : - La ruse mes amis ! La ruse ! Et non la force ! …Et qui me tue ? Personne ! »(Homère, Odyssée, Chant IX v.404-408)
Avant la photographie régnaient la lumière, les ombres et les images à la superficie calme ou tumultueuse des eaux des rivières et des fontaines. Une fois détournées et asséchées que nous restait-il de ces instants privilégiés qui reflétaient l’image du monde et de l’homme ? Que restait-il de ces instants passagers où prédominait la texture des ces moments de lumière variable ? Pendant longtemps le miroir fut la solution du reflet portable, mais déjà les cris de Polyphème laissaient présager l’inéluctable aveuglement de l’illusion. C’est précisément en accord avec cette idée qu’un personnage de Cent Ans de Solitude, José Arcadio Buendia voulait arriver à faire le daguerréotype de Dieu…ou d’un autre dieu. J’imagine facilement la patience de pierre polie de ce dieu qui imprime toute la plaque photographique, qui s'extravase sans peur et qui se soumet docilement à la rectification de toutes les imperfections. Aveuglement et infatigable recherche sont terriblement présents dans la réflexion que suggèrent les photographies de Valter Vinagre. C’est ainsi que se présente le cyclope par le biais de la première image du livre intitulé : Bored in the U.S.A. C’est ici qu’un œil à peine se multiplie dans un alignement qui semble infini et cet organe se produit et se reproduit devant nos yeux dans la succession d’écrans de télévision. Une seule route est possible et c’est la seule image aimablement fournie pour l’agrément du voyageur ennuyé. Notre regard est forcé de s’incliner, de faire la révérence vers la droite avec un poids, qui ferait basculer les voyageurs, si le poids du regard n’était pas si léger ! Puis, plus loin, dans un cadre noir, l’écran rectangulaire d’une télévision brandit son image flétrie et brouillée. Tout semble indiquer que l’image innocente et limpide n’a pas lieu. L’image n’a plus lieu et nous sommes loin, si loin, du miroir ou de la fraîche eau courante qui emporte le présent en passant simplement. C’est le monde en différé, l’image du monde à travers les méandres mystérieux des ondes abouchés aux tubes encore cathodiques. Car à peine un œil, cet unique œil de l’observateur absent, rend compte du manque de clarté et semble indiquer deux espaces. Celui d’un œil dans le coin inférieur droit, témoin de notre propre regard et celui de l’espace ouvert dans la fenêtre de cette porte ouverte, elle aussi, devant le spectateur indécis. Cette fois-ci notre regard pénètre dans le fond de l’image pour scruter ce qui se passe de l’autre côté. Mais un œil à peine, comme l’unique œil de l’objectif, qui se trouve sur le coin gauche de l’image, créant un effet de miroir avec cette fenêtre semblable à un cadre et semblable à un autre écran de télévision, inquiète et interroge. La question se pose comme une évidence inquestionnable. Mais qui voit qui et qui voit quoi ? Tant de cadres se superposent et tous semblent indiquer qu’il n’y a qu’un œil, un seul et une seule vision possible des évènements. Cependant c’est un paysage d’évènements qui nous est offert dans ce petit livre de photographies de Valter Vinagre, et nous l’observons en stéréoscopie dans le fond de nos rétines fatiguées, mais quelle magnifique réflexion sur l’image, sa reproduction et son utilisation !

a pena a planta a concha para hoje apenas

não há tempo viro me sem saber não sei cresce um mundo sem mágoa não sem impaciências e esta chuva que não vem há vestígios pela manhã de alguma água pregada ao pára-brisas do carro pregada mesmo no céu sem rasto ficam os dias não sei evoco nomes é doce evoco nomes teu nome convoco o não saber sem pressa convoco o beijo preso àquela tarde os grãos de areia à voz na pele com a pena um resto de concha na mão estendida um resto só é tanto o sal que nem sei com a pena sem asa sem falcão sem pássaro está na mão ainda de olhos pregados ao chão contra o muro de céu despovoado em que não encontro uma só nuvem o grão de areia aqui na cova da mão nas dobras das rugas não cansa não raspa não sei também o que faz o que é e a pergunta o que é ficou pregada ao ecrã ou encheu do outro lado afasto os lábios junto do mar afasto enfio as mãos na areia fina fica o grão um grão de areia tão próximo e do outro lado não sei o que é a distância onde me encontro neste grão visível palpável com palavras a prender o espaço que não vem não chega e paro repito de frente para trás é o quê este grão que nem sei repito e soube era mais fácil antes saber este grão conta me de ti conta o que é que eu não sei lembro me da pena gasta suja uma pena mesmo assim mesmo procuro na memória do envelope o que foi o resto como restos de concha um seixo será isso uma planta rugosa da areia mesmo isso penso na pena na planta na concha deslocadas despregadas da beleza inúteis mesmo simples à beira da beira da mesa sem o leito de areia que já nem sei se doce se branco se amarelo sujo talvez e no bolso caiu a areia da pena da planta da concha no bolso misturam-se areias separadas de pena de...do resto também a pena não me lembro mesmo branca castanha branca escura mesmo na margem procuro dizer isso mesmo na margem na beira à beira na ponta da pena não sei pergunta no chão o que é desconheço o que é mas lembro me que soube agora a mão apertada na areia aperta esmaga a areia imprime o chão de areia o que é e ficam aqui os grãos e o grão também aquele de uma página lida por vezes lida também outra vez por acaso pela janela fora o beijo e a pena quente a areia aqui ontem com o bater de asas da pena não sei o que é o outro lado do grão não sei e soube da pena do pedaço de concha da flor deslocada da planta rugosa sem flor mesmo que nem sei que nome tem do outro lado da mão na areia responde também assim é mesmo mão e areia e pena e planta e concha no céu sem nuvens é difícil colocar o corpo da mão o corpo todo no chão não sei deste tempo periférico suspenso ou gravidade terrestre não dissipa não desvanece não pára mas não sei dizer se também não sei mas soube e soube mesmo a mão pesa na areia na pena na concha na planta na secretária de janela aberta bem aberta a janela dura por dentro cruel por dentro por fora doce talvez quase abocadas crueldade e doçura lado a lado a mão na areia fria agora fria do fim do dia do cair do sol simplesmente também se dá o fim do dia são manhãs de imenso inverno por vezes à superfície pergunto o que é mesma coisa o que é este grão de areia pregado e as gotículas sem água antes do chão evaporam antes do chão a mão na areia desmedido o peso intimo o espaço entre a areia e a mão apenas a pena da mão na areia como é como dizer o que a areia põe na mão

Uma exposição, uma tarde...Museu de Cerâmica

“No mundo existem quatro seres pequeninos que são mais sábios do que os sábios: as formigas(...), as ratazanas(...), os gafanhotos(...), as lagartixas, que se podem apanhar com a mão, mas que penetram até em palácios de reis”(Provérbios, 30-24)
Uma tarde azul despovoada de nuvens, entrei no Museu de Cerâmica para ver a exposição Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro. À entrada, o doce odor duma mimosa saudou-me com as suas flores amarelas. É uma delicia entrar num museu pelo seu jardim! É um jardim fechado, quase semelhante à representação que teríamos do jardim do esposo, do jardim de Alkinoos descrito por Ulisses na Odisseia, do horto de amores ou ainda, simplesmente, do jardim secreto e misterioso da nossa infância. É mesmo assim, os jardins nascem desta tensão das artes entre elas...como o Horto de Camões em Constância, a arte do jardim está no limite da representação, encontra-se entre a imagem e a palavra. No Museu de Cerâmica, a arte inserida entre rochas, musgos e plantas convoca a natureza. Depois do passeio pelo jardim, entrei na exposição. Ao rever as fotografias de Manuel Gustavo, lembrei-me de um pequeno texto que me passou pelas mãos e que falava de uma noite de carnaval, num teatro de Lisboa. Nesse teatro, escondido atrás de um pilar, estava Rafael Bordalo Pinheiro a espreitar, para ver o Manuel Gustavo a rir. Se foi verdade ou ficção, esta historieta apenas indicia uma relação de extrema ternura e pudor entre os dois homens. Continuei o percurso. No caminho traçado pela exposição, três objectos capturaram o meu olhar. Numa das salas, há uma jarra libelinha de forma cónica, afunilada na parte superior, com um motivo decorativo em relevo na parte inferior. No relevo, em último plano, cinco ramos de erva emergem entre o azul claro e a cor escura da jarra. Na parte inferior, uma flor branca de nenúfar aberta e no meio uma libélula fixada no seu voo ascendente. Esta composição tão equilibrada, que evoca três espaços, a terra, a água e o ar, relembrou-me algumas composições de arte japonesa. Depois, permaneci uns momentos diante da jarra de forma tronco-cónica, com um friso de patos a levantar voo, junto à boca, quase a sair da jarra e na base apenas um friso de folhas de trevo, cuja dimensão imprime segurança e firmeza à jarra. A seguir, deliciei-me com a cabaça branca envolvida por um lagarto enorme e verde. A cauda e patas bicudas contrastam com o volume arredondado e generoso da cabaça branca e pura. O lagarto solar, amigo do homem e da razão, está aqui envolvendo a nudez e a feminidade... ‘mais sábio do que os sábios’!

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