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ARESTAS

ARESTAS

Divulgação: Flotilla da Liberdade em Lisboa

A Flotilha da Liberdade com rumo a Gaza passa pela primeira vez em Portugal. O barco Marianne av Goteborg estará na Marina Parque das Nações de 3/06 a 5/06. 

ship.jpg

 

Contamos com a presença de todas as pessoas solidárias na Quarta-feira 3 de Junho com a seguinte programação:
- 18h30 Concentração junto ao Marianne
- 21:00 Debate a bordo.
 
Mais informações sobre Marianne av Goteborg:

Questionar

 

No dia 19 de fevereiro, visionámos «Death in Gaza» de James Miller. Trata-se e uma reportagem, posto que todas questões colocadas seguem um guião e uma ordem semântica, vinculada aos vocábulos mais utilizados pela imprensa, quando se trata do médio oriente, e, de forma mais específica, do olhar do mundo ocidental sobre o mundo muçulmano.
O documento videográfico acaba por não ir ao encontro do guião, dado o desfecho da reportagem: a morte de James Miller. Assim, todas as questões deveriam de ser, novamente, colocadas.
Em vez de procurar na resistência palestina as falhas éticas, seria importante desvendar a violência cometida de forma arbitrária e sistemática pelo lado israelita.
Em vez de deixar entender que os actos violentos são obra de mercenários, de beduínos árabes, procurar aprofundar a justeza desta afirmação e fundamentá-la.
Em vez de utilizar o termo «mártir» com a conotação negativa, depreciativa e assustadora que nos foi inculcada pelos media, revisitar o vocábulo no seio da comunidade que o emprega.
Em vez de nos mostrar uma ideia limitada a aspectos nacionalistas do ensino nas escolas palestinas, verificar a eminência do desaparecimento de uma cultura e de um povo ancestral, cuja identidade e nacionalidade requer tanto cuidado como qualquer outra.
 

Publicada por GAP

«Como uma criança a queimar formigas com uma lupa». Apontamentos sobre a conferência de Norman Finkelstein no Porto

No dia 30 de Setembro, por volta das 18 horas, na Cooperativa Artística Árvore, o Porto teve a honra da presença do Professor Norman Finkelstein. Esta presença foi possível graças à vontade e dedicação conjunta de várias entidades oficiais e grupos de trabalho informais. Foi a primeira vez que Norman Finkelstein veio a Portugal e ao Porto para nos falar de um assunto que, em termos mais abrangentes, dizem respeito ao mundo inteiro, posto que o que está em causa é a nossa Humanidade. A palavra Humanidade foi escolhida entre todas porque foi uma palavra-chave no discurso de Norman Finkelstein e porque esta palavra, além de remeter para a nossa pequenez em termos de poder, evoca o nosso poder em termos de Povo sem pretensões nacionais, mas pertenças Terrenas.

 

Após uma contextualização Norman Finkelstein anunciou as partes do seu discurso em três partes envolvendo um passado próximo, um presente e um hipotético futuro. Julgo necessário referir a introdução posto que nesta introdução ele soube aliar a sua presença com pequenos grupos (Lisboa, Porto, Coimbra) a algo mais importante que nos une a todos: a nossa Humanidade Terrena.

 

Não há nenhuma dúvida quanto ao objectivo alargado transmitido por Norman Finkelstein e poderão ouvir aqui a introdução à conferência não deixando qualquer dúvida às palavras serenas e humanitárias envolvendo um trabalho íntimo que requer lucidez e racionalidade por parte dos ouvintes. Desejamos realçar, mesmo que possa parecer desnecessário, que o interesse pelo Povo Palestino evoca a nossa Humanidade, evoca os textos fundadores da nossa Humanidade, tais como os direitos dos seres humanos e a Carta da ONU para não citar outros textos fundadores para os quais todos nós, Povos, participámos de forma directa ou indirecta. Com efeito, esta nossa pertença à Humanidade toca-nos de tal modo que não podemos ficar calados diante do sofrimento de um Povo e essa recusa ao silêncio é, de facto, a nossa força, por mais manipulações e deturpações que possam haver, é sem dúvida a nossa única força.

 

O discurso de Norman Finkelstein construiu-se de forma simples em três tempos: Antes, Agora e Depois. Por questões práticas e pragmáticas o «Antes» começou com o massacre na Faixa de Gaza em 2008-2009, assunto que Norman Finkelstein tratou no seu último livro intitulado «This time we went to far». Norman Finkelstein apontou as principais razões deste massacre que, segundo ele, estão relacionadas com a derrota do Exército Israelita no Líbano em Maio 2000, i.e, a retirada do Sul do Líbano. O «Agora», mais ou menos próximo, evoca os acontecimentos com a flotilha e, principalmente, com o Mavi Mármara em Maio 2010, contra o cerco ilegal de Gaza e a crise humanitária que levou organizações a orquestrarem o encaminhamento de ajuda humanitária, assim como, de forma muito sucinta, as actuais discussões de paz. Finalmente, o «Depois» remete para o que todos nós temos lido/ouvido/visto em torno de um futuro ataque ao Líbano por parte de Israel. Ataque anunciado na imprensa neste Verão 2010 e nas notícias em torno dos incidentes recentes na fronteira entre Israel e Líbano, e de um futuro ataque ao Irão, sabendo das posturas dos E.U. e da última comunicação de A. Lieberman.

 

Quanto à primeira parte da conferência, esta reflectiu sobre os objectivos de Israel com a Operação Chumbo Fundido em Gaza. Foram 22 dias, referidos por Amnistia Internacional como «dias de morte e destruição», que decorreram entre 27 de Dezembro 2008 e 18 de Janeiro 2009. Norman Finkelstein é da opinião que esta operação não contemplou um Povo e os direitos de um Povo, nem o Hamas, partido legalmente eleito em 2006 e que sofreu um golpe de estado orquestrado pelos E.U, Israel e alguns Palestinos em 2007, e o seu direito legítimo conferido pela Carta das Nações Unidas, dado o contexto militar e as forças militares israelitas em jogo, à resistência e dado o facto de Israel não ter referido a questão da entrada de armas em Gaza, mas, neste caso, tratava-se apenas de restabelecer a credibilidade numa capacidade de dissuasão («deterrent capacity») junto dos países árabes, capacidade perdida aquando da derrota com o Líbano no ano de 2000. O grande erro, usando as palavras do governo de Israel, foi principalmente devido ao facto de que Gaza não tinha, nem tem, poder ou capacidade militar para lutar contra aquilo que foi referido pelos soldados Israelitas como sendo «uma demonstração insana de poder militar»: «Como uma criança a queimar formigas com uma lupa». Os testemunhos dos soldados israelitas revelam tanto o grau de destruição, como a ilegalidade da operação, semelhantemente às constatações de organizações como Amnistia Internacional e Human Rights Watch e confirmadas pelo relatório Goldstone. O objectivo pareceu circunscrever-se a uma punição colectiva pela decisão soberana de uma povo aliada à necessidade de confirmação da capacidade militar de dissuasão de Israel. Quanto a este assunto Israel não pode ser perdoado e este massacre não pode ser esquecido.

 

A segunda parte da conferência retomou os principais factos que levaram ao afretar barcos contra o cerco ilegal de Gaza, contra a grave crise humanitária decorrente do bloqueio provocando a «destruição de toda uma civilização» segundo as palavras de Mary Robinson. Conhecemos os relatórios recentes e alguns dos factos relatados pela imprensa, contudo Israel apenas revela novamente algo dificilmente aceitável aos olhos da população Israelita, com repercussões consideradas como perigosas em questões essencialmente relativas à famosa «segurança»: a incompetência das suas tropas e, neste caso, da elite das suas tropas. Norman Finkelstein leva-nos a reflectir sobre questões de consistência. Pois, se o objectivo fosse impedir o fornecimento de armas, tinham todo o direito de revistar os barcos e, por outro lado, se não quisessem mesmo provocar um grave incidente pondo em causa um dos maiores aliados árabes, a Turquia, teriam tido algum cuidado, se não fosse o desejo de demonstrar força e de responder às acções não violentas pela força, tal como acontece na Cisjordânia com as repetidas acções não violentas sistematicamente reprimidas pela força.

 

A última e terceira parte da conferência, apesar de acabar com um tom optimista implicando algo dificilmente concretizável, mas não impossível, se soubermos salientar o essencial junto dos Povos, leva-nos a um cenário muito negro. O que parece estar em jogo entra no domínio da ficção, Israel terá de dar a conhecer a sua extrema força de dissuasão e competência, para isto irá mostrar no Líbano a insanidade da sua potência militar tal como fez em Gaza. Esta possibilidade anunciada nos media durante o Verão 2010 pode levar segundo alguns a uma nova configuração de toda a região. Segundo parece, por um lado, Israel não aceita derrotas e vai querer mostrar que é uma potência dissuasiva, por outro lado, o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah não vacila sobre esta questão futura e premente que envolve de perto ou de longe todos os Povos. Iniciar uma guerra contra o Líbano implica eventualmente o envolvimento do Irão e de outros estados revoltados com a postura e as decisões ilegais de Israel. Este cenário mais fatídico envolve um ponto sobre o qual muitos estados repousam as suas crenças: Israel irá obedecer a uma chamada de atenção vinda dos Estados Unidos e da União Europeia?

 

Registo completo da conferência de Norman Finkelstein no Porto: http://www.vimeo.com/15541831

 

Ana da Palma

Apontamentos sobre Israel-Palestina (2)

A reflexão sobre as notícias oficiais publicadas online é sempre muito esclarecedora quando procuramos ler de forma atenta. Cada palavra colocada no seu respectivo espaço, naquele famoso eixo sintagmático, aquele das simultaneidades, acaba sempre por nos projectar de forma quase involuntária para aspectos da História, não só das palavras, mas da Humanidade. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel publicou uma pequena nota a 27 de Setembro com o seguinte título: «Behind the Headlines: Palestinian Preconditions for Peace Talks».

 

O título indica-nos claramente que a Autoridade Palestina quer impor pré condições para continuar as discussões de paz. Parece-me muito curioso, primeiro porque sabemos de facto que os colonatos são ilegais. Portanto, a moratória nem deveria existir, nem deveria ser o ponto-chave neste momento das discussões. O ponto-chave seria retomar as resoluções não cumpridas por ambas as partes e discutir e resolver cada uma delas de forma justa e correcta para ambas as partes. Caso contrário, para que servem as resoluções da ONU? Quem contribui financeiramente falando para que essas mesmas resoluções sejam estudadas, elaboradas e comunicadas? Serão os habitantes de cada estado membro da ONU?

 

Israel constrói e instala-se em terras que não lhe pertencem e a própria elaboração da moratória é uma afronta à lei internacional. Contudo todos nós aceitamos a moratória, pois é falada nos nossos media e quase parece a chave do problema (actual). Não há nada a fazer, pois existe a moratória e é de facto um bom documento para um começo. Pergunto-me, como é que a comunidade internacional chegou ao ponto de aceitar a moratória, como é que a comunidade internacional permaneceu tão cega estes anos todos?Trata-se de uma apropriação ilegal, trata-se de espoliação de famílias e neste caso a resistência é totalmente legal. Como é que podemos concordar e apoiar discussões de paz quando nitidamente alguém está a invadir o Outro e que esse Outro não tem nenhum recurso a não ser basear-se num documento ilegal para se defender e tentar construir a paz?

 

Voltando ao artigo, vejamos estas duas primeiras frases: «The Palestinian Authority has preconditioned further peace talks on a halt to all Jewish building in the disputed territories. Israel, on the other hand, seeks to reach a negotiated peace settlement with its Palestinian neighbours as soon as possible.» (Tradução literal:  A Autoridade Palestina impôs pré condições à continuação de discussões de paz com base na interrupção de todas as construções judaicas nos territórios disputados. Israel, por seu lado, procura atingir um acordo de paz negociado com os vizinhos Palestinos o mais brevemente possível»). Conhecendo os sucessivos mapas (em 1946, 1948, 1967),  dando alguma viabilidade a um futuro estado Palestino, isto numa visão de dois Estados, posto que a proposta de um estado está definitivamente afastada, pergunto-me quais os supostos «territórios disputados» mencionados na notícia? Serão mesmo disputados ou usurpados?

 

Depois pergunto-me qual a boa-fé de Israel na vontade de paz com os «vizinhos palestinos», quando sabemos do boicote sistemático de qualquer solução ao longo dos anos de discussões, quando sabemos da proposta nitidamente colonialista de Israel, quando sabemos da conivência do Ocidente (EU & UE), quando sabemos dos ataques sucessivos perpetuados por Israel ao longo de 60 anos, quando sabemos dos ataques sangrentos em Gaza 2008-2009, quando sabemos dos sucessivos confrontos e destruições de casas palestinas em Jerusalém e de forma sistemática na Cisjordânia, quando sabemos do emparcelamento do território palestino, quando sabemos das humilhações e violências, quando sabemos agora, pela proposta de Lieberman, que o alvo e o problema é o Irão...

 

Não há boa-fé, nem se trata de boa-fé. A questão é que, por um lado, os Palestinos, enquanto povo judeu, muçulmano, cristão e laico sob o domínio britânico não podia, nem tinha as ferramentas para se organizar de forma a proteger a sua integridade e direitos enquanto povo habitante de uma terra, não houve unidade enquanto povo de várias confissões religiosas habitantes daquelas terras, o que é bastante natural numa situação colonial e, por outro lado, como quiçá o mundo ocidental (mais genuíno), não soube antecipar, nem prever o que realmente começou a ser construído a partir de 1878 com as primeiras colónias.

 

Agora, Israel é aquilo que podemos chamar um estado pária e pior Israel é semelhante a uma criança malcriada que faz birras subtilmente controladas, mas tão insuportáveis aos olhos benevolentes dos media, que obtém sempre o que quer e que Outros querem!. A observação dos mapas acima referidos permite-nos confirmar que todas as negociações pautaram o crime político cometido por Israel com o apoio do Ocidente e o suicídio político sofrido pelos diversos negociadores de paz do lado palestino, tal como a entrevista a Ziyad Clot confirma. A solução de um único estado, unindo habitantes de um território, há muito que não é possível. A solução de dois estados vivendo lado a lado, partilhando passagens e espaços tornou-se impossível dada a actual configuração demográfica e geográfica daquilo que fora chamado Palestina e dado o crime político habilidosamente orquestrado ao longo de 60 anos. Contudo, segundo Michel Collon uma união sólida e efectiva dos Povos, revoltados com esta situação e que possam e queiram pressionar os seus representantes, ainda pode ter um peso contra este colonialismo com um rosto manipulador, subversivo, oculto e mortífero?

 

Ana da Palma

Apontamentos sobre Israel-Palestina (1)

Sabemos que Israel foi autorizada a existir, enquanto país, pelas Nações Unidas e consequentemente pelo Mundo Ocidental. Sabemos que foi uma decisão formulando vários objectivos que na verdade ainda não são bem claros, mas que permitiu perpetuar um colonialismo camuflado com o qual todo o mundo ocidental pactua indecentemente desde 1948.

 

Diante dos factos relatados pelos media correntes e decorrentes das decisões tomadas, temos uma vaga ideia das razões que levam a Europa e os Estado Unidos a serem condescendentes para com as decisões do Estado de Israel. Pois, muito sucintamente, estas envolvem questões de poder na região, como podemos verificar com as sucessivas guerras iniciadas no Médio Oriente e as consequentes mentiras e verdades de que temos conhecimentos a posteriori. Por um lado, verificamos que o apoio militar dos EU a Israel, permite disfarçar a adesão dos EU ao pacto de não proliferação de armas nucleares. Por outro lado, este «laissez faire» implica sentimentos de culpa que se têm instalado e propagado de forma perniciosa e que alimentam o desejo de poder. Uma primeira culpa sobrevive à custa dos horrores cometidos, neste caso concreto (mas não só) contra as comunidades judaicas durante a Segunda Guerra Mundial e uma segunda culpa hipocritamente disfarçada por terem pactuado com a espoliação e eliminação de um Povo que não soube antecipar o que já estava a acontecer antes da primeira guerra mundial ainda sob o controlo da Coroa britânica e a quem não foram dados os respectivos apoios e instrumentos para a sua autodeterminação.

 

Quando as discussões entre Mahmoud Abbas e Benyamin Netanyahu foram anunciadas em Agosto numa conferência de imprensa transmitida na televisão nenhum jornalista fez, ou foi autorizado a fazer, as perguntas pertinentes, ou quiçá, incómodas, que novas discussões implicavam, tanto nos pontos a discutir (fronteiras, refugiados, segurança, reconhecimentos e compromissos mútuos) como na legitimidade de Mahmoud Abbas em participar nas discussões. Naquele momento, teria sido legítimo questionar se, ao negociar com Abbas, sendo ele ilegítimo, se Israel estava a reconhecer a sua ocupação ilegal. Tendo em conta este aspecto, qualquer acordo favorável à Palestina era possível posto que Israel sabia e sabe que Abbas já não representa o Povo Palestino, neste caso um apoio estratégico do Hamas e dos Palestinos teria sido benéfico o tempo de concluir negociações e seguir com novas eleições. Mas na verdade, trata-se provavelmente e apenas de uma forma de Israel prestar contas aos EU e de legitimar diante da Comunidade Internacional a continuação da construção de colonatos, não de tentar resolver o problema.

 

Agora, a poucos dias do final da moratória sobre a construção de colonatos, que finda a 26 de Setembro de 2010, os órgãos de comunicação dizem-nos que as discussões iniciadas estão em perigo. Pergunto-me se as discussões estão em perigo, porque do lado Palestino não vai haver mais concessões (e com muito direito) ou se o perigo é principalmente o futuro sofrimento do Povo Palestino. Muitos activistas, jornalistas, analistas sempre foram cépticos e descrentes sobre estas discussões. Muitos apontaram o carácter fictício, ou ainda a autêntica farsa que constituem estes encontros, a continuar esta semana no Egipto (14 e 15 de Setembro). A ficção continua, pois Netanyahou só quer luz verde para continuar a construção e os Americanos pactuaram mais uma vez. Quando e se M. Abbas disser que não concorda, a culpa ira recair sobre os Palestinos, por não fazerem concessões, não quererem ceder mais uma vez às exigências de Israel, ou será que deveria dizer Estado Judeu? Não há estados Cristãos e como é que pode haver um estado de uma confissão religiosa que possa eventualmente se dizer também democrático?

 

O problema que não foi antecipado, nem pela comunidade internacional, nem pelos dirigentes da Palestina de forma clara foi que Israel, não tem uma existência justa, para retomar as palavras de Robert Fisk, Israel tem uma existência legal e até o seu direito de existir foi reconhecido em 1988 pelos Palestinos. Não há dúvidas, pois isto está inscrito na História. Agora verificamos que além de terem de ceder mais terras, os palestinos terão igualmente de reconhecer um Estado Judeu. Imagino o surto de medo que surgiria no Ocidente se houvesse a criação de um (dois ou mais) Estado Muçulmano!

 

Quanto à solução criativa enunciada por Netanyahou, presumo que a antiga proposta feita pela administração Bush está subjacente: oferecer a cidadania americana a 100 000 Palestinos. Isto constitui mais uma afronta ao Povo Palestino, mas, curiosamente, indica que no fundo a administração americana não vê perigo terrorista nos Palestinos. Outra solução foi enunciada por Noam Chomsky numa entrevista recente. Segundo ele, os EU e a Europa devem impor regras a Israel cortando todo o subsídio aos colonatos, promovendo um regresso dos colonos que assim o desejarem aos territórios Israelitas. Trata-se de uma proposta sensata em que a Comunidade Internacional terá de demonstrar firmeza, sem cair sistematicamente na questão ilusória da segurança de Israel. Israel é provavelmente a única e mais poderosa potencia militar na região e todos sabem que os Palestinos não constituem um perigo para a segurança de Israel.

 

Num momento em que o Ocidente cria o terrorismo numa proveta disfarçando as suas próprias inconsistências, desacreditando as nossas raízes ou ideias de democracia e direito, pactuando com a construção de todo o tipo de muros, temo que uma «solução criativa» apenas venha confirmar a eliminação e a deslocação, injusta mas legalmente aprovada pelo Ocidente, do Povo Palestino.

 

Portanto a comunidade internacional terá de impor regras de forma autoritária, solidária e consistente e apostar numa solução legal, mas justa para ambas as partes e que ambas as partes terão de aceitar incondicionalmente.


Ana da Palma

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