O lar da Nakba ou ver as fotografias de Ahlam Shibli
Sobre a exposição de fotografias da artista palestiniana Ahlam Shibli (Serralves em 2013-2014). O texto vai integrar um conjunto de outros textos do próximo número Folhas Soltas nº 4 do GAP.
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Sobre a exposição de fotografias da artista palestiniana Ahlam Shibli (Serralves em 2013-2014). O texto vai integrar um conjunto de outros textos do próximo número Folhas Soltas nº 4 do GAP.
© Ahlam Shibli, Death nº3 – Bairro de Rafediya, Rua 15, Nablus, 22 de Fevereiro de 2012.
«Uma manifestação frente aos escritórios da Cruz Vermelha em Nablus, organizada pela Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) de apoio à greve de fome dos palestinianos sob detenção administrativa por Isarel em protesto contra o seu encarceramento. A 17 de Abril foi anunciada uma greve geral de fome que terminou a 14 de Maio, quando o governo de Isarel aceitou suspender o isolamento prisional, autorizar a visita das famílias oriundas da Faixa de Gaza e suspender a detenção administrativa.» © Phantom Home (2013:213)
Puctum para nº3
Uma voz ecoa na fotografia e outra
entre braços erguidos.
Que fazer?
© Ahlam Shibli, Death nº2 – Bairro de al-Dahiya e Campo de Refugiados de Balata, Nablus, 28 de Fevereiro de 2012.
«Com aproximadamente 25 000 habitantes e uma área de 0,25 km2, Balata é uma das regiões do mundo com maior densidade populacional e o maior campo de refugiados da Cisjordânia. É conhecido como um reduto da Fatah, cofundada em 1959 por Yasser Arafat (também conhecido como Abu Amar)» © Phantom Home (2013:212)
Puctum-Haiku para nº2
Estendi roupa
entre parabólicas.
Que dia solarengo!
© Ahlam Shibli, Death nº1 – Campo de refugiados de Ala’in na parte ocidental de Nablus, 26 de Outubro de 2011.
«Durante a Segunda Intifada, Nablus foi um centro da resistência palestiniana às forças de ocupação israelita. Na cidade situam-se quatro campos de refugiados sob administração da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNWRA): Balata, Askar Antigo, Askar novo e Ala’in. A UNWRA designou este último Campo nº1. A população local chama-lhe contudo Ala’in, numa referência a uma fonte de água que abastecia os refugiados quando o campo foi criado. Ala’in é conhecido pelo apoio à marxista-leninista Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), fundada por George Habash em 1967. Durante a Segunda Intifada, as forças de ocupação israelita mataram mais de 500 residentes em Nablus e nos seus campos de refugiados e feriram mais de 3000. Cerca de sessenta casas foram destruídas» © Phantom Home (2013:212)
Puctum-tanka para nº1
Na cova do vale
Não vejo uma oliveira
Outubro chegou?
Também não vejo casas.
Só legos empilhados!
Na Fundação Cartier uma exposição que reune Depardon e Virilio para NATIVE LAND STOP EJECT
Entre iguarias dedicadas às papilas gustativas, nesta Casa Antero-Pachá com ecos suculentos, onde fermentam saberes culinários e artísticos, mais um olhar veio acompanhar a gastronomia. Pois, entre os sabores deste antro culinário, onde floresce o Pão de Todos os Dias, onde o Balão Dionisíaco se atavia de Vinhos Escolhidos, onde os pratos e petiscos mediterrâneos aliam sabores, encontra-se a exposição de fotografias de Jorge Delmar com textos de Ana da Palma, intitulada: «Eu e o Outro no Antro da Quimera» até final de Julho.
Pequenos brincamos com as nossas sombras no chão e nas paredes, procuramos perceber este mundo à luz do nosso próprio reflexo. Uma imagem na água, tal Narciso, uma sombra na parede, como os seres da Caverna de Platão, mas é sempre apenas uma representação do mundo. Lembro-me do vulto de Jorge Delmar inclinado sobre as sombras do Imaginário, procurando, tacteando os dados aqui e acolá. Lembro-me das sombras na Caverna de Platão, a intensa realidade das correntes que nos amarram a esse mundo, mas das imagens emergem as teceduras da terra, saltam madeiras e tintas com riscos de Sol. Atrás da imagem, há um mundo de possibilidades encontrando o inesperado. Contra a definição do todo, Jorge Delmar procura nas pequenas coisas silenciosas do quotidiano os seus mais profundos reflexos.
Entre vermelho e azul, escolhemos as sombras.
Entre a realidade seca e o espelho luzidio, escolhemos as sombras.
Na caverna balbuciante do ser arrastamos o sol.
Inclinamos aqui o nosso olhar do mundo
Recostamo-nos na sombra do Sol.
Local
Casa Antero -Pachá
Endereço: Beco do Forno
Caldas da Rainha
Contacto: 262 835 089
Horários : de 2ª a 6ª e sábado de manhã.